Penso que sou como a lua
Pois desço em sofrimento
Minguando devagarzinho
Me consumindo em luz do fim,
Até que de tanto doer
Vazia fico
E passo por ai
Sem muito querer saber,
Sem muito dizer a favor de viver.
Só uma presença ausente
Que vagueia tranqüila
Quase pedindo para não se fazer notar.
E é quando menos espera
Aquele olhar distraído pro céu,
Que eu volto tímida,
Porém nítida
Nova a florescer em fatias de luz.
À medida que o amor se infiltra
Em delirantes espirais de devaneio
Me faço aberta a respirar cada detalhe ínfimo,
Enchendo meus pulmões,
Revelando meu íntimo,
Brilhante até nas minhas últimas sombras e curvas,
antes ocultas.
Pois só é possível,
Para mim,
Que a lua e eu
Sejamos irmãs de universo,
feitas do mesmo éter:
Amor e alma,
Rubor e cama,
Dor e calma.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Preferida
E deixe que tudo flua
Pra fora deste quarto de apartamento
Que a gaveta se abra ao som do vento
Pôr um fim à claustrofobia do cotidiano
Cair na folia,
Viver o profano.
Pois quem poderá queixar-se do que é bom?
Apenas quando o limite se instala
E assim estraga
A liberdade sem tom.
Não existe prazer que cause tanto mal alheio
A não ser a pura inveja de que não tem coragem
De embarcar nesta viagem
Saudar os velhos costumes
e sair pela porta sem avisar
Deixar algum bilhetinho azul
Num canto do armário
caso decida alguém também viajar.
Esquecer-se do tema
Parir um poema
Fazer o resto da cena.
Pra fora deste quarto de apartamento
Que a gaveta se abra ao som do vento
Pôr um fim à claustrofobia do cotidiano
Cair na folia,
Viver o profano.
Pois quem poderá queixar-se do que é bom?
Apenas quando o limite se instala
E assim estraga
A liberdade sem tom.
Não existe prazer que cause tanto mal alheio
A não ser a pura inveja de que não tem coragem
De embarcar nesta viagem
Saudar os velhos costumes
e sair pela porta sem avisar
Deixar algum bilhetinho azul
Num canto do armário
caso decida alguém também viajar.
Esquecer-se do tema
Parir um poema
Fazer o resto da cena.
Mundo afora
Olho ao meu redor
O brilho das nuvens na frente do sol
Maravilhada há um segundo atrás
Perco o interesse para o colorido de qualquer coisa a mais,
Que agora já não me satisfaz
E por mais que me queiras,
Jamais serei sua por inteira
Guardo secreto,
Dentro do peito
O meu maior anseio:
Sede de vida,
Divindade perdida
Que há tanto procuro resgatar
E assim, sozinha que sou,
Gosto de vagar no meu devaneio
Perder-me por outros caminhos
Livre e sem receio
Não é por estar ao seu lado
Que sou sua,
Não é por te deixar deixar-me nua
Que eu te quero sempre me acompanhando
Mundo afora, pela rua.
O brilho das nuvens na frente do sol
Maravilhada há um segundo atrás
Perco o interesse para o colorido de qualquer coisa a mais,
Que agora já não me satisfaz
E por mais que me queiras,
Jamais serei sua por inteira
Guardo secreto,
Dentro do peito
O meu maior anseio:
Sede de vida,
Divindade perdida
Que há tanto procuro resgatar
E assim, sozinha que sou,
Gosto de vagar no meu devaneio
Perder-me por outros caminhos
Livre e sem receio
Não é por estar ao seu lado
Que sou sua,
Não é por te deixar deixar-me nua
Que eu te quero sempre me acompanhando
Mundo afora, pela rua.
Adivinha...
Sutil e animal
Palpitar de dois seres
Carne final
Do encontro de nós.
Caminho perdido
Emaranhado de beijos, bocas
Lençóis e cabelos
Tensão que desemboca
No mais profundo descansar
E nossos corpos lânguidos,
Fluidos como o mar
Abandonados ao éter da noite
Assim, ainda palpitantes
Ora calmos, ora ofegantes...
Adormece...
Palpitar de dois seres
Carne final
Do encontro de nós.
Caminho perdido
Emaranhado de beijos, bocas
Lençóis e cabelos
Tensão que desemboca
No mais profundo descansar
E nossos corpos lânguidos,
Fluidos como o mar
Abandonados ao éter da noite
Assim, ainda palpitantes
Ora calmos, ora ofegantes...
Adormece...
Se abrir de amor
Às vezes é tanto pra falar que parece que vou explodir
E fica um tempo guardado ali, naquele potinho interior que cada um tem.
Acumulando lágrimas, sorrisos, carícias, segredos.
Pois eu estou bem disposta
A fazer uma revelação de confusões
Abrir essa caixinha, e num impulso big-bang da alma
Com um tormento de beijos
Um nascer do sol de abraços inocentes
De danças eternas internas
Me abrir.
E se você vier aqui pertinho
Bem em cima de mim
Bem dentro de mim
Você vai ver que do momento
Nasce o que perdura pro resto.
E se você vive pelo todo
Presta atenção
Que do detalhe brota o amor.
Assim como da fresta
Nasce uma flor.
E fica um tempo guardado ali, naquele potinho interior que cada um tem.
Acumulando lágrimas, sorrisos, carícias, segredos.
Pois eu estou bem disposta
A fazer uma revelação de confusões
Abrir essa caixinha, e num impulso big-bang da alma
Com um tormento de beijos
Um nascer do sol de abraços inocentes
De danças eternas internas
Me abrir.
E se você vier aqui pertinho
Bem em cima de mim
Bem dentro de mim
Você vai ver que do momento
Nasce o que perdura pro resto.
E se você vive pelo todo
Presta atenção
Que do detalhe brota o amor.
Assim como da fresta
Nasce uma flor.
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