quarta-feira, 23 de março de 2011

Crença popular

Já virei a blusa do avesso,
Avistei cometa,
Rezei um terço

Dei três beijinhos no relógio,
Esquivei a escada e o gato preto

Mas cadê você, hein?
Será que hoje não vem?
‘Cê é maluco, eu já sabia.
Pois bem,
Ai tem...

Acendi vela, incenso e defumador,
Dar uma geral no ambiente
Fechar o corpo,
Abrir a mente

E na ansiedade
De te encontrar
(Olha essa!)
Me tornei até adepta
De qualquer crença
Popular.

Amanhã já sou beata
Budista
Umbandista
E turista

Passeando no mesmo lugar
Pra ver se esbarro com você,
Seu vigarista!

Intercalo a busca obcecada,
Com a raiva descompassada
(E a faca na mão).
Ah se eu te pegar...
Te beijar ou te torturar?

Nessas horas também te xingo
Destilando veneno,
Sonhando com a cor do teu caixão
Depois de te matar.

Exausta de drama
Mergulho na cama
Acendo um cigarro
Que é pra fumar a dor,
E deixar só o amor.
Mas tô puta,
Acho que fumei o amor
E ficou só dor.

5 comentários:

  1. A impressão de desespero e aflição de início,se transformam em apego à mulher que sofre,e incrível vontade de sentar ao lado dela e mostrar que se aceita o meu cigarro,posso acender outra vez o sentimento do amor.

    Não sei se é bom ou ruim,mas em alguns pontos consigo te enxergar sendo a personagem da poesia,em outros nem tanto.Talvez esse seja o forte.

    E na ansiedade
    De te encontrar
    (Olha essa!)
    Me tornei até adepta
    De qualquer crença
    Popular.

    Achei a sonoridade disso incrível,não sei se foi proposital,ou recurso de rima,mas ficou muito legal.

    Parabéns!

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  2. Sei que agora chora
    não fui eu
    não te mereço

    vou a varanda e respiro o cheiro da sua boca
    que agora pertence ao cigarro
    e sua língua,antes minha, só consegue dizer:
    "puto,boludo,maldito,te mato por todo
    por que sé que sufro por nadie"

    minha argentina,
    deixa eu ser outra vez
    ser o alguém do seu sexo
    o prazer do seu sorriso

    menti porque minto
    tenho que ser fraco para ser forte
    não me perdoe por isso
    aliás,não me desculpe
    torture-me
    faça-me sentir raiva de te amar
    mas não deixe de me amar.

    essas palavras crescem como espinho em rosa
    vou à sua casa ontem
    em sonho nos amamos
    em realidade ainda não sei se quer me ver

    As pétalas caíram
    os espinhos ficaram
    o maço está no fim
    a última guimba está na sua mão

    Será que posso jogar minhas sementes em suas cinzas?

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  3. Dafne, seu blog tá apaixonante! Vale puxar um sarauzinho pela uff, hein!

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  4. Tainá, vc acredita que já tive esse privilégio? Ainda me falta ouvir!! Tomaram meu poeminha e deixaram ele mais bonito, com certeza.
    E obrigada, meninas!
    Mas Sara, sarau? Ah, coragem...

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